terça-feira, 5 de abril de 2016

Teoria da Semiótica Greimasiana

                    

Caro amigo interlocutor,

É um prazer e uma alegria estar com você!

Hoje, quero trazer um tema muito cativante e intrigante, que está presente no nosso dia a dia, sempre intrínseco ao discurso: A Teoria da Semiótica Greimasiana. Mas, antes de nos aprofundarmos neste modelo, quero ressaltar que é substancial entender que o objeto de estudo da semiótica não são os signos em si, mas sim os sistemas semióticos, uma vez que o conceito da semiótica é tido como a teoria da significação.

Algirdas Julien Greimas (1917-1992) foi um famoso linguísta francês, que colaborou eficazmente para o estudo da linguística, fundando a Escola de Semiótica de Paris. Greimas ficou bastante conhecido pelo seu modelo de semiótica da narratividade, que se baseia no estudo do discurso com base na ideia de que esta estrutura se manifesta em qualquer tipo de texto.

Explicando de uma maneira simples, trata-se de uma inter-relação entre sujeitos numa narrativa, que se dá por eixos diferentes – do querer, do dever, do saber e do poder – essa relação se dará através de um acordo, como uma assinatura de “contrato de prestação de serviços” onde cada parte se obriga a cumprir com suas funções.

O sujeito destinador – doravante denominado S1 – é quem manipula um segundo sujeito – doravante denominado S2 – motivando-o a realizar uma ação, de modo atingir o objetivo do S1, que é o seu objeto de valor (não necessariamente um objeto material). Essa manipulação se dá por meios distintos, podendo ser uma sedução, uma intimidação, uma provocação ou uma tentação.

Supondo que em uma determinada situação, um professor queira muito que um aluno se esforce para ter um bom desempenho em sua avaliação. Portanto este professor, conhecedor da personalidade e interesses de seu aluno, pode seduzi-lo com palavras doces, enaltecendo suas boas características (sedução); mas também pode obrigá-lo a estudar, ameaçando-o de deixar de recuperação ou até reprová-lo caso obtenha resultados insatisfatórios (intimidação); também pode de certa forma afrontá-lo e desafiá-lo, duvidando do seu potencial para que o aluno se sinta motivado a realmente provar o contrário (provocação); ou ainda o professor faz um acordo com o aluno, prometendo-lhe algum objeto de valor material caso consiga ir bem nesta avaliação – um chocolate, uma caneta nova, etc – este último tipo de manipulação é tido como tentação.

Após a manipulação, temos a fase em que o S2 recebe um saber e um poder para executar a ação designada pelo S1, a execução desta ação, e a finalização, onde ambos os sujeitos recebem um castigo ou uma recompensa, por assim dizer, a última fase em que se apresentam os resultados de tal ação, podendo ser positivos ou negativos. Tais fatores são denominados respectivamente: competência, performance e sanção.

Para melhor entendimento, prosseguirei com o exemplo do professor e do aluno, onde aquele além de motivar este a esforçar-se para a prova, provê uma competência para o aluno: dá aulas, explicações dos conceitos, revisa o conteúdo por meio de exercícios, etc. E então, o aluno (S2) faz a performance, realizando a avaliação. Após isto, ocorre a sanção, podendo ser positiva ou negativa, pois não se tem certeza absoluta acerca do desempenho do aluno.

Cabe lembrar que ambos os sujeitos (S1 e S2) não necessariamente são individuais (podem ser coletivos) e também podem ser tanto seres inanimados quanto animados.

Caso queira, faça suas considerações pelos comentários.
Agradeço pela atenção!
Até a próxima! #ContextualizandoLP

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