Caro amigo interlocutor,
É um prazer e uma alegria estar com você!
Hoje, convido-lhe para falar de um assunto fascinante! Um
entre os infinitos dentro do nosso tão querido idioma: “Os fatores da textualidade”
Caso você não saiba, gostaria de informá-lo previamente que
os registros linguísticos não se dão apenas através deste modo de comunicação
que estamos realizando. Ou seja, quando falo de texto não devo considerar
apenas o texto escrito, visto que em nosso cotidiano estamos decodificando
diversas mensagens – verbais e não verbais – e estas podem ser consideradas
como textos.
Em suma, portanto, a palavra texto pode ser definida como
uma unidade de linguagem em uso,
cumprindo uma função sociocomunicativa.
Dentro disso, é possível ampliar nossa visão a partir do que
entendemos como texto. Mas, dentro da análise textual, pode-se destacar alguns
fatores essenciais para a melhor compreensão de um texto. Os dois primeiros são
a coesão e a coerência (fatores linguísticos). Didaticamente falando, podemos
designar a coesão como sendo a estrutura das palavras e frases, de modo haver
harmonia entre elas, e a coerência é o texto como um todo; o “costurar” das
frases e ideias, formando o texto. Fazendo uma analogia, seria como um campo de
futebol: a coerência é o estádio em si, e a coesão são os jogadores; os
elementos que compõem toda a estrutura de ideias.
Além deste, existem os fatores pragmáticos do texto, que
são:
- Intencionalidade
- Aceitabilidade
- Informatividade
- Intertexualidade
- Situacionalidade
O fator “intencionalidade” trata, como o próprio nome diz,
das ideias e pensamentos do autor ao escrever o texto. “Quais são suas
intenções?” “Qual foi a ideia central em mente na elaboração de tal texto?” “O
que ele deseja transmitir ao leitor?”. Essas são algumas questões-chave que podem ser feitas para melhor
interpretação. Sobretudo, os recursos que ele utilizou para sua construção
textual, com a finalidade de convencer, entreter, emocionar, informar, etc.
A aceitabilidade compreende o “recebimento” do texto por
parte do leitor, não no sentido de aprovação ou reprovação, mas sim de captar a
mensagem, os pressupostos e os juízos de valor inseridos no texto pelo autor,
porém de certa forma intrínsecos no texto.
No fator informatividade, considera-se o equilíbrio entre
informações previsíveis e imprevisíveis no texto. Como exemplo, podemos pensar
no Romantismo, os diversos romances europeus em forma de folhetins do século
XIX, onde havia praticamente um roteiro de acontecimentos – início da história,
conflito e superação – e geralmente os mesmos personagens, entre os “mocinhos”
e “heróis”. Para reverter este quadro, o autor deve saber incrementar os dois
elementos, de modo que haja interesse por parte do leitor.
A intertextualidade pode ser tida como uma “conversa” entre
textos, ou seja, utilizar-se de outros textos dentro de um texto, de modo
reforçar argumentos, estruturar ideias, ilustrar alguns fatos, ou apenas
enriquecer e acrescentar atributos ao texto. Na postagem anterior, há um vídeo
explicativo sobre esse tema muito bem elaborado pelo Professor Pasquale.
E por ultimo, a situacionalidade, que aborda a pertinência,
relevância, contexto e adequação da informação contida no texto, por isso, este
fator orienta tanto a produção quanto a recepção da construção textual.
Para você, professor, sugiro que ao lecionar uma aula sobre
este assunto utilize um texto que seja cativante, intrigante, de modo despertar o interesse dos alunos. Como forma de fixação do conteúdo, você pode pedir que
façam uma análise sobre o texto apresentado. Um exemplo básico, podendo ser uma
crônica curta, ou as tradicionais fábulas, que ensinam juízos de valor. Mais
tarde, você também pode solicitar que eles escrevam seu próprio texto,
considerando todos os fatores da textualidade. Como sugestão, apresento a fábula da Lebre e da Tartaruga:
"Um
dia, uma Lebre ridicularizou as pernas curtas e a lentidão da Tartaruga. A
Tartaruga sorriu e disse: "Pensa você ser rápida como o vento; Mas,
acredito que Eu a venceria numa corrida."
A
Lebre claro, considerou aquela insinuação como algo impossível de acontecer, e
aceitou o desafio na hora.
Convidaram
então a Raposa para servir de juiz, escolher o trajeto, e o ponto de chegada.
E
no dia marcado, do ponto inicial, partiram juntos.
A
Tartaruga, com seu passo lento, mas firme, determinada, concentrada, em momento
algum, parou de caminhar rumo ao seu objetivo.
Mas
a Lebre, confiante de sua velocidade, despreocupada com a corrida, deitou à
margem da estrada para um rápido cochilo.
Ao
despertar, embora corresse o mais rápido que suas pernas o permitissem, não
mais conseguiu alcançar a Tartaruga, que já cruzara a linha de chegada, e agora
descansava tranquila num canto."
Moral
da História:
Ao
trabalhador que realiza seu trabalho com zelo e persistência, o êxito é
inevitável...
Caso queira, faça suas considerações pelos comentários.
Agradeço pela atenção!
Até a próxima! #ContextualizandoLP
Seu Blog está ótimo. Muito bom mesmo.
ResponderExcluirOs textos escolhidos são pertinentes ao estudo da Teoria Linguística Textual, que estamos trabalhando em sala de aula.
Ulisses, parabéns por suas contribuições.
Atenciosamente,
Profª Monique.